CONVERSA NO QUINTAL Leggenda della Vittoria Regia
adattamento di Dulce Rosa Rocque |
Esiste nel bacino del Rio Amazonas una pianta acquatica nativa che è considerata, da noi, come la più bella del mondo. Si tratta della Vittoria Regia, della famiglia delle Ninfeacee, che cresce insieme ai fiumi, allungandosi a seconda del livello delle acque. Le sue tondeggianti foglie fluttuanti possono misurare fino a due metri di diametro, sembrano un grande vassoio con i bordi rialzati e possono sostenere il peso di un bimbo o di un piccolo animale. I suoi fiori arrivano ad avere 30 cm di diametro e sono bianchi con il centro rosato; si aprono dopo il tramonto e hanno un profumo molto particolare. “Il profondo senso simbolico della foresta si esprime nella produzione dell’immaginario” dice Jacques Le Goff; in questo senso gli indios lo interpretano bene. Ecco la leggenda indigena che racconta la nascita della Vittoria Regia.
"Molto tempo
fa, ai margini del Rio Amazonas, viveva una giovane e bella india chiamata
Naja. Era una cunhan (ragazza, ndr) sognatrice che passava lunghe ore ad
ammirare lo splendore della luna, lo scintillare delle stelle, il cielo
ricamato dalle costellazioni. Di giorno, ai margini dei silenziosi igarapé
(sorgenti, ruscelli, ndr), insieme alle cunhans sue amiche,
cantava e sognava i suoi sogni di vergine. Di pomeriggio, riposando nelle amache,
l’aroma della foresta equatoriale cullava i desideri delle fanciulle. Naja credeva
che Jaci - la luna - fosse un bravo guerriero e sognava di diventare sua
fidanzata. Trasportata dall'amore, voleva trasformarsi almeno in una stella,
grazie al contatto con lui. Una volta, con le altre cunhan, cercò un albero altissimo in mezzo alla foresta e
insieme salirono fino in
cima con l’intento di toccare Jaci, ma non ottennero alcun esito.
Un'altra volta cercarono le alture di monti e colline nella speranza di
carezzare la morbidezza vellutata del viso di Jaci, oppure di prendere
quantomeno una stella. Nuovamente non riuscirono perché, nonostante
fossero arrivate in alto, sia Jaci sia le stelle erano
sempre troppo lontane. Ritornarono alla maloca (l'abitazione,
ndr) tristi e piene di disappunto, abbandonandosi sulle loro amache a cullare la delusione e
pensando che se fossero
riuscite a toccare Jaci o una stella, avrebbero potuto diventare come uno di
loro. In una notte di luna piena, quando le costellazioni sembravano
intonare canti alla bellezza della terra, Naja lasciò l'amaca e si
incamminò triste verso la foresta. Arrivò a un lago e vi ritrovò
la luna, immensa, bella e splendente, riflessa nelle acque tranquille. Felice e piena di
innocenza, la cunhan pensò che Jaci sarebbe certamente venuto a bagnarsi in quelle acque quiete perché lei potesse
toccarlo, che sarebbe sceso in terra per soddisfare i suoi desideri
espressi tramite il pensiero. L'immobilità del lago era un invito e la bella cunhan,
protesa a toccare Jaci, si tuffò nelle acque misteriose, scomparendo per
sempre. Jaci rifletté per un poco, ebbe pena di quella giovane vita
perduta; e, come omaggio alla sua bellezza, decise di immortalarla in
terra, poiché era impossibile portarla con sé nel regno astrale. La
trasformò così in una "stella delle acque", appunto la Vittoria Régia,
bella proprio come quelle del cielo. Le dette un profumo inconfondibile e
poi allungò e ingrandì le sue foglie perché offrissero un maggior
ricettacolo alle carezze della sua luce. E oggi, nelle
notti di luna piena, è possibile scorgere i suoi fiori aperti. Sembrano cunhans
illuminate da luce
propria che disputano con migliaia di lucciole lo splendore delle notti
dell’equatore.
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CONVERSA NO QUINTAL Lenda da Vitória Régia
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A Vitória-Régia, nativa da bacia do Rio Amazonas, é considerada por nós, a mais linda planta aquática do mundo. E’ da familia das Ninfeàceas e cresce com a enchente dos rios alongando-se conforme o nível das águas. Suas folhas são flutuantes e chegam a ter dois metros de diâmetro, parecendo um tabuleiro com as bordas levantadas que podem sustentar o peso de uma criança ou de um pequeno animal. Suas flores chegam a ter até 30cm de diâmetro e são brancas com o centro rosado. Só abrem de noite e teem um perfume particular. “O sentido simbólico profundo da floresta se exprime na produção do imaginário” (Jacques Le Goff), se é assim, os indios tem um bom imaginario: eis a lenda que conta o aparecimento da Vitória-Régia: "Há muitos anos atrás, nas margens do Rio Amazonas, vivia uma jovem e bela índia chamada Naja. Era uma cunhã' sonhadora que passava longas horas a admirar e contemplar o esplendor da lua, o faiscar das estrelas, o céu recamado de constelações. De dia, a beira dos igarapés silenciosos, juntamente com as cunhãs suas amigas, cantavam e sonhavam seus sonhos de virgens, de tarde, repousando nas redes, o aroma da floresta tropical embalava os seus desejos. Naja, acreditava que a lua – Jací- era um bonito guerreiro e sonhava em ser sua noiva. Levada pelo amor, queria transformar-se ao menos em uma estrêla pelo contacto selenita. Certa vez, com as outras cunhãs, procuraram uma árvore muito alta e subiram-na com a intenção de pegar Jací, a lua. Não obtiveram êxito. Uma outra vez procuraram as grandes elevações, montes, serras e colinas, na esperança de acariciar a maciez aveludada do rosto de Jací ou pegar, ao menos, uma estrêla. De novo não conseguiram nada pois quando chegaram lá em cima, seja Jací que as estrêlas estavam sempre muito distantes. Voltaram tristonhas e desapontadas para a maloca e foram embalar a desilusão na rede, pensando sempre que se tocassem Jací ou as estrêlas, se tornariam uma delas. Numa noite de luar, quando as constelações pareciam entoar canticos à beleza da terra, Naja deixou sua rede e, tristonha, seguiu para a floresta. Chegou a um lago e lá estava a lua, imensa, linda e resplandescente, refletida naquelas águas tranquilas. A cunhã' ficou toda feliz e na sua inocência pensou que Jací, certamente, tinha vindo banhar-se naquelas águas remansosas para que ela pudesse toca-lo; que tinha vindo à terra para satisfazer os seus pedidos feitos em pensamento. A imobilidade do lago era um convite e a linda cunhã, querendo acariciar a lua, lançou-se às águas misteriosas, desaparecendo em seguida. Jací, que lá do alto olhava a cena, num instante de reflexão, sentiu pena daquela tão jovem vida agora perdida, e, como régio premio à sua beleza resolveu imortaliza-la na terra por ser impossível leva-la consigo para o reino astral. Transformou-a numa estrêla das águas, a Vitória Régia, tão formosa como as estrêlas do céu. Deu-lhe um perfume inconfundível e depois estirou-lhe, quanto pôde, a palma das folhas, para permitir um maior receptáculo dos afagos da sua luz. Hoje é possível ver, nas noites de lua, suas enormes flores se abrirem: parecem cunhãs com luz própria que disputam com milhares de vagalumes o brilho das noites tropicais.
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