São São Paulo
(Tom Zé)
São São Paulo, Quanta Dor
São São Paulo, Meu Amor
São Oito Milhões De Habitantes
De Todo Canto E Nação
Que Se Agridem Cortesmente
Correndo A Todo Vapor
E Amando Com Todo Ódio
Se Odeiam Com Todo Amor
São Oito Milhões De Habitantes
Aglomerada Solidão
Por Mil Chaminés E Carros
Gaseados E Prestação
Porém Com Todo Defeito
Te Carrego No Meu Peito
São São Paulo, Quanta Dor
São São Paulo, Meu Amor
Salvai-Nos Por Caridade
Pecadoras Invadiram
Todo O Centro Da Cidade
Armadas De Ruge E Batom
Dando Vivas Ao Bom Humor
Num Atentado Contra O Pudor
A Família Protegida
O Palavrão Reprimido
Um Pregador Que Condena
Uma Bomba Por Quinzena
Porém Com Todo Defeito
Te Carrego No Meu Peito
São São Paulo, Quanta Dor
São São Paulo, Meu Amor
Santo Antonio Foi Demitido
E Os Ministros De Cupido
Armados Da Eletrônica
Casam Pela Tevê
Crescem Flores De Concreto
Céu Aberto Ninguém Vê
Em Brasília É Veraneio
No Rio É Banho De Mar
O País Todo De Férias
Aqui É Só Trabalhar
Porém Com Todo Defeito
Te Carrego No Meu Peito
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São São Paulo
São São Paulo, quanto dolore
São São Paulo, il mio amore
Otto milioni di abitanti
Da ogni angolo e nazione
Che si aggrediscono cortesemente
Correndo a tutto vapore
E amando con tutto l’odio
Si odiano con tutto l’amore
Otto milioni di abitanti
Agglomerata solitudine
Per mille ciminiere e automobili
Gas e prestazioni
Ma pur con ogni tuo difetto
Ti porto nel mio petto
São São Paulo, quanto dolore
São São Paulo, il mio amore
Salvateci, per carità
Peccatrici hanno invaso
Tutto il centro della città
Armate di cipria e rossetto
Applaudendo al buon umore
In un attentato al pudore
La famiglia protetta
La bestemmia repressa
Un predicatore che condanna
Una bomba alla settimana
Ma pur con ogni tuo difetto
Ti porto nel mio petto
São São Paulo, quanto dolore
São São Paulo, il mio amore
Sant’Antonio è stato dimesso
E i ministri di cupido
Armati di elettronica
Si sposano in TV
Crescono fiori di cemento
Il cielo aperto più non si vedeA Brasilia si vive l’estate
A Rio bagni di mare
Il paese intero in ferie
Qui però solo a lavorare
Ma pur con ogni tuo difetto
Ti porto nel mio petto
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Pobre Paulista
(Edgar Scandurra)
Todos os não se agitam
Toda adolescência acata
E a minha mente gira
E toda ilusão se acaba
Dentro de mim sai um monstro
Não é o bem, nem o mal É apenas indiferença
É apenas ódio mortal
Não quero ver mais essa gente feia
Não quero ver mais os ignorantes
Eu quero ver gente da minha terra
Eu quero ver gente do meu sangue
Pobre São Paulo, Oh, Oh
Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre São Paulo, Oh, Oh
Pobre paulista, Oh, Oh
Eu sei que vivo em louca utopia
Mas tudo vai cair na realidade
Pois sinto que as coisas vão surgindo
É só um tempo pra se rebelar
Pobre São Paulo, Oh, Oh
Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre São Paulo, Oh, Oh
Pobre paulista, Oh, Oh
Parou, pensou e chegou
A essa conclusão
Pobre São Paulo, Oh, Oh
Pobre paulista, Oh, Oh
Pobre São Paulo, pobre paulista...
Pobre São Paulo, pobre paulista...
Pobre São Paulo, pobre paulista...
Pobre São Paulo, pobre paulista... |
Povero paulista
Tutti i “no” si smuovono
L’adolescenza obbedisce
La mia gente vaga
E l’illusione finisce
Da dentro di me esce un mostro
Né bene né male
E’ solo indifferenza
E’ solo odio mortale
Non voglio più vedere questa gente brutta
Non voglio più vedere gli ignoranti
Voglio vedere la gente della mia terra
Voglio vedere la gente del mio sangue
Povera São Paulo, oh, oh
Povero paulista, oh, oh
Povera São Paulo, oh, oh
Povero paulista, oh, oh
So di vivere in una folle utopia
Ma ogni cosa diventerà reale
Sento che qualcosa sta nascendo
E verrà il tempo per ribellarsi
Povera São Paulo, oh, oh
Povero paulista, oh, oh
Povera São Paulo, oh, oh
Povero paulista, oh, oh
Si è fermato a pensare, e è arrivato
A questa conclusione
Povera São Paulo, oh, oh
Povero paulista, oh, oh
Povera São Paulo, povero paulista…
Povera São Paulo, povero paulista…
Povera São Paulo, povero paulista…
Povera São Paulo, povero paulista… |
Ronda
(Paulo Vanzolini)
De noite eu rondo a cidade
A te procurar sem encontrar
No meio de olhares espio em todos os bares
Você não está
Volto pra casa abatida
Desencantada da vida
O sonho alegria me dá
Nele você está
Ah, se eu tivesse quem bem me quisesse
Esse alguém me diria
Desiste, esta busca é inútil
Eu não desistia
Porém, com perfeita paciência
Volto a te buscar
Hei de encontrar
Bebendo com outras mulheres
Rolando um dadinho
Jogando bilhar
E neste dia então
Vai dar na primeira edição
Cena de sangue num bar
Da avenida São João
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Ronda
La notte faccio la ronda per la città
Alla tua ricerca, senza incontrarti
Nella giungla di sguardi spio in tutti i bar
Ma tu non ci sei
E torno a casa abbattuta
Disillusa dalla vita
Il sogno mi porta felicità
Nel sogno ti ritrovo
Ah, se ci fosse qualcuno che mi volesse bene
Questo qualcuno mi direbbe
Rinuncia a questa ricerca inutile
Ma io non rinuncerei
Invece, con perfetta pazienza
Torno a cercarti
E un giorno ti troverò
Bevendo con altre donne
Gettando un dado
Giocando a biliardo
E quel giorno, allora,
Uscirà nell’edizione del mattino
Scena di sangue in un bar
Dell’Avenida São João |
Sampa
(Caetano Veloso)
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João
É que quando eu cheguei por aqui
Eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João
Quando eu te encarei frente a frente
Não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto
O que vi de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio
O que não é espelho
E a mente apavora
O que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes
Quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso
Do avesso do avesso
Do povo oprimido nas filas
Nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue
E destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe
Apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas
De campos, espaços
Tuas oficinas de florestas
Teus deuses da chuva
Pan Américas de Áfricas utópicas
Do mundo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
Que os novos baianos passeiam
Na tua garoa
E novos baianos te podem curtir
Numa boa |
Sampa
Qualcosa succede nel mio cuore
Là dove l’Avenida Ipiranga incrocia la Avenida São João
Quando arrivai qui
Non capì niente
Della dura e concreta poesia dei tuoi angoli
Della diseleganza discreta delle tue ragazzine
Non esisteva ancora per me Rita Lee
La tua traduzione più completa
Qualcosa succede nel mio cuore
Là dove l’Avenida Ipiranga incrocia la Avenida São João
Quando mi sono trovato faccia a faccia con te
Non ho visto il tuo volto
Ho definito di cattivo gusto
Tutto ciò che vedevo
Il fatto è che Narciso giudica brutto
Chi sta fuori dallo specchio
E la mente ha paura
Di fronte a ciò che non è ancora vecchio
Niente di ciò che non esisteva prima
Quando ancora non eravamo “Mutantes”
E sei stata un inizio difficile
Allontano quanto non conosco
E chi proviene da un altro sogno felice di città
Impara subito a chiamarti realtà
Perché sei il rovescio del rovescio
Del rovescio del rovescio
Dal popolo oppresso delle code degli autobus
Nei villaggi, nelle favelas
Dalla forza che nasce del denaro
E distrugge ciò che è bello
Dall’orribile fumo che sale al cielo
E spegne le stelle
Io vedo nascere i tuoi poeti
Di campi e di spazi
Le tue officine di foreste
I tuoi dei della pioggia
Pan Americhe di Afriche utopiche
Del mondo del samba
Un nuovo possibile quilombo di Zumbi
Che i nuovi baiani passeggiano
Sotto la tua garoa
E i nuovi baiani ti possano vivere
Nel bene |