Conversa no quintal La leggenda delle ceste
di Dulce Rosa Rocque |
Una delle caratteristiche degli indios è che non sono predatori. Traggono soltanto dal suolo e dalla foresta in generale il necessario al loro fabbisogno alimentare. Non conoscendo l'agricoltura, l'unico modo per trovare cibo è stato, nel corso dei secoli, la raccolta. Così gli indios cercano radici, foglie e frutti spontanei, non coltivati. Oggi molte abitudini sono cambiate. Tuttavia, prima dell’interferenza della “civiltà” nella vita degli indios, i metodi da loro utilizzati per esplorare la natura mantenevano una relazione armoniosa con l’ambiente. Andavano a caccia di insetti o piccoli animali, raccoglievano miele, uova di tartaruga e quant’altro necessario anche per fabbricare le loro medicine, gli archi e le frecce, le corde e altri utensili. Per le occasioni speciali raccoglievano cere, resine ed i materiali occorrenti a dipingere il proprio corpo. Queste attività erano tipicamente mascoline così come i lavori con la paglia ed il vimine. Abilissimi con le mani, hanno sempre prodotto gli utensili necessari alla quotidianità e ai rituali. Dalla loro manualità nascono così oggetti prodotti con diversi tipi di materiali come il cocco, semi vari, unghie di animali, ossa, conchiglie, che con abilità e tecnologia rudimentale vengono trasformati in vere opere d’arte. Anzi, da questi prodotti, oggi messi in vendita, riescono a ricavare un piccolo reddito complementare. Interessanti anche le maschere, che costituiscono un elemento fondamentale nella drammatizzazione dei miti su cui si fondano i riti: per questo è notevole la loro parte nella socializzazione. La produzione del vasellame di cotto e della ceramica, diversamente da quella degli oggetti fatti con le piume, è considerata come arte femminile. Sono di fatto le donne gli agenti del doppio processo di mediazione tra la natura e la cultura: come un prolungamento naturale tra il fare le stoviglie e il loro uso conseguente in cucina. L'intaglio del legno nasce dopo il contatto avuto con i portoghesi, che fecero loro conoscere coltelli, zappe, scuri e accette. Prima, venivano usati machados de pedra (zappe di pietra) per tagliare gli alberi e bastoes de cavar, bastoni per scavare la terra. Oggi intagliano il legno per fare armi, strumenti musicali, sculture ed altro. Sebbene sia una pratica più ridotta, la tessitura indigena ci ha regalato un manufatto che si è radicato nella cultura brasiliana: l'amaca. Già in occasione della scoperta del Brasile, Pero Vaz de Caminha ne segnala la presenza in una lettera scritta al Re del Portogallo il 27 maggio del 1500. Partendo da semplici tecniche di base, gli indigeni brasiliani hanno sviluppato anche la lavorazione delle fibre vegetali che ricavano dalla foresta: fantastici sono i disegni prodotti combinando con abilità e straordinario virtuosismo i vari intrecci. La produzione di ceste, borse e esteiras ne è una dimostrazione tangibile in tutti i mercatini sparsi per l'Amazzonia. Esempi particolari della loro abilità possono essere ammirati nel Museo Emilio Goeldi di Belém, nello stato del Parà. Oltre a ceste, amache, urne funerarie, ci sono maschere, sculture e vasellami con disegni e forme straordinarie, apprezzabili non solo per la bellezza, ma anche per il loro significato storico e culturale. I colori predominanti, oltre a quello naturale del materiale usato, sono il rosso, il nero e, in alcuni casi, il bianco e il giallo. Come sempre anche i disegni usati nei loro manufatti sono stati spiegati con una leggenda. Sentite questa sull'origine delle ceste: "Si racconta che molti anni fa, nelle profondità del Rio Parù, affluente del Rio Amazonas, alla confluenza del Rio Axiki, viveva il serpente Tulupere, più conosciuto come Cobra-Grande. Tulupere era enorme, aveva una misura descomunal, fuori dell’ordinario. Era come se fosse composto da due serpenti: una sucurijù (un tipo di cobra) e una jiboia (boa). La sua pelle, dalla testa alla coda, si presentava piena di macchie rosse e nere. La sua cattiveria provocava danni dappertutto. La pesca era rovinata quando lei si trovava nei dintorni perché rovesciava le imbarcazioni. Spaventava le donne quando si bagnavano nei fiumi. Quando riusciva a catturare una persona, si attorcigliava stringendola fino a provocarne la morte. Dopo averla divorata, si calmava per qualche giorno, in attesa della digestione. Chi riusciva a vederla non trovava il tempo per raccontare come fosse. Un giorno, gli indios della nazione Wayana, della famiglia linguistica Karib, erano usciti a pesca sul fiume e, a un certo momento, notarono un diverso movimento delle acque. Era Tulupere che arrivava. Seguendo i consigli di Xana, il capo religioso, cominciarono, in bilico sulle canoe, a tentare di colpirla con le frecce. Soltanto dopo aver consumato tutte le frecce a disposizione, riuscirono finalmente a ucciderla. Soltanto a questo punto, prima che sprofondasse nel fiume, fecero in tempo a vedere i disegni della pelle della Cobra-Grande. Per non perderne la memoria e poter spiegare agli altri indios, decisero di riprodurli nei cesti di paglia."
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Conversa no quintal Lenda das cestas di Dolce Rosa Rocque |
Uma das características dos índios é que não são predadores. Tiram do solo e da floresta em geral, sòmente o necessário para o próprio uso. Não conhecendo a agricultura, o único modo de encontrar alimento vegetal, foi, durante séculos, a coleta. Hoje, muitos habitos se modificaram, porém antes da interferência da “civilização” no meio indígena, os métodos utilizados para explorar a natureza mantinham um harmonioso relacionamento com o meio ambiente. Iam a caça de pequenos animais e insetos, recolhiam mel, ovos de tartaruga e tudo quanto fôsse necessário para preparar os seus remédios, os arcos e flechas, as cordas, etc. Para as ocasiões especiais procuravam ceras, resinas e as tintas para pintar o proprio corpo. Juntamente com a produção de utensílios de palha e vime, isso tudo era feito pelos homens. E’ visível ainda hoje a habilidade na produção de diversos tipos de artefatos para atender as necessidades da vida quotidiana e dos rituais. Para os adornos usam materiais diferentes como côcos, sementes, unhas de animais, ossos, conchas e, com jeito e tecnologia rudimentar, os transformam em verdadeiras obras de arte. Alias, com estes produtos, hoje feitos também para venda, conseguem obter uma renda complementar para a sobrevivência da tribo. São também interessantes as mascaras que eles produzem; além de serem muito curiosas; são um elemento de destaque na dramatização dos mitos que constituem os rituais, por isso è importante o papel que tem na socialização. A produção de cerâmica, diversamente dos objetos feitos com penas e plumas, è considerada como uma arte femenina. São as mulheres os agentes do duplo processo de mediação entre a natureza e a cultura, como um prolongamento natural entre fazer e usar os objetos na cozinha. Os artefatos de madeira feitos pelos índios, nascem depois da chegada dos colonizadores, que os presentearam com machados, facas, terçados, etc. Antes, eles usavam “machados de pedra” para derrubar as árvores e “bastões de cavar” (paus pontudos), para perfurar o solo. Hoje fazem armas, instrumentos musicais e esculturas entalhando a madeira. A tecelagem indígena, mesmo se é pouco praticada, nos presenteou um artefato que està incorporado à cultura brasileira: a rede. Pero Vaz de Caminha, na carta que escreveu ao Rei de Portugal em 27.05.1500, ja assinalava a sua presença. Os índios brasileiros, a partir das técnicas básicas, desenvolveram também os artefatos de fibras. Combinando com muito bom gosto essas fibras naturais, conseguem obter fantásticos trançados que tomam a forma de cestas, bolsas, e esteiras. Isto é visivel em qualquer mercadinho da Amazônia. Exemplos dessa habilidade podem ser admirados no Museu Emilo Goeldi (Belém do Pará). Além de cestas, redes, urnas funerarias, tem também mascaras, esculturas e objetos de cerâmica con desenhos e formas extraordinarias, admiradas não só pela beleza mas também pelo seu significado histórico e cultural. As cores predominantes nos trabalhos artesanais são o vermelho, o preto e em alguns casos o branco e o amarelo, além da cor natural do material usado. Como era possível imaginar, até os desenhos usados nos artefatos indígenas são explicados com uma antiga lenda. Eles contam que: “Muitos anos atrás, nas profundezas do Rio Parú, afluente do Rio Amazonas, na confluência com o Rio Axiki, vivia Tulupere, mais conhecida como “cobra-grande”. Tuluperê era enorme, tinha uma grandeza descomunal. Era como se tivessem juntado uma sucurijù e uma jiboia. A sua pele, da cabeça aos pés (na verdade até a ponta do rabo), era cheia de manchas vermelhas e pretas. A sua ruindade provocava danos por todo canto. Atrapalhava a pesca virando as canoas; assustava as mulheres quando tomavam banho nos rios. Quando conseguia pegar uma pessoa ou um animal, se enrolava e apertava tanto atè que eles morressem; com a barriga cheia se acalmava por alguns dias pois tinha que fazer a digestao. Quem conseguia vê-la não tinha tempo de contar pros outros como era. Um dia, os índios da nação Wayana, della familia linguística Karib, sairam para pescar no rio e, num determinado momento notaram um movimento estranho nas águas. Era Tuluperê que estava se aproximando. O tuxáua Xana aconselhou-os de usarem as flechas com tanino , aquelas envenenadas, para acabarem com ela. Os índios, em pé nas canoas, tiveram que usa-las todas antes de conseguir matar Tuluperê. Nessas alturas, antes que afundasse nas profundezas do rio, apareceu fora d’água e assim êles puderam ver os desenhos da pele da cobra grande. Para não perderem a memória e poder explicar aos outros índios, resolveram reproduzir nas cestas de palha os desenhos do corpo da cobra grande.”
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